LiveWire: A primeira moto elétrica da história da Harley-Davidson

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Por mais de 115 anos, a Harley-Davidson evoluiu suas motos, mas sempre mantendo uma característica fundamental: o ronco dos motores. Como a cor da Coca-Cola ou o sabor do Big Mac, aquele som especial estava lá, tanto que se criou a expressão "barulho de Harley". 

Atrás de pioneirismo e de um novo público, a empresa está prestes a lançar sua primeira moto elétrica. Sem marcha e câmbio, ela abandona o som ritmado dos pistões dos tradicionais V2 da Harley. No lugar, tem um zunido que lembra o de um avião, mas bem mais suave.

A expectativa é que a LiveWire desembarque no mercado brasileiro em 2020 por um valor estimado de R$ 120 mil.

Motor tem "pulsação"

Assim que ela é ligada, silêncio. O que acontece é uma leve pulsação proposital que vem do motor, parecida com um telefone celular vibrando. Mas a aceleração é bem dosada, na hora da partida. Isso faz a moto ser mais dócil na saída. 

É mais uma evolução em relação ao conceito, mesmo a versão de produção sendo mais potente — a moto passou dos 74 cv de 5 anos atrás para 110 cv agora.

Aquelas manobras em baixa velocidade feitas com o uso da embreagem também não são problema na LiveWire. Isso acontece, novamente, graças ao afinamento dado ao acelerador, que permite fazer "slalons" mesmo sem a alavanca no lado esquerdo do guidão.


Mas como é o barulho?

Ao pilotar, a sensação a de estar em um veículo futurista. A Harley elétrica vai de 0 a 100 km/h em 3 segundos e "pula" para os 130 km/h em mais 1,9 segundo, o que a torna digna de comparação com a Ferrari F8 Tributo.

O zunido que lembra o de um jato de avião foi afinado pela Harley para ser impactante — e realmente chamou a atenção dos passantes nos cerca de 100 km rodados pelas ruas e estradas de Portland.

Quando a moto para, o silêncio é absoluto, tornando viagens em grupo mais agradáveis. Outra característica essencial é o baixíssimo nível de vibração, algo que está anos-luz à frente de motos movidas à combustão.

Harley esquenta? Não mais com a LiveWire. Era um dia de quase 30 ºC em Portland, na volta para a cidade nem o engarrafamento fez a moto esquentar. No máximo, motor e bateria ficam meio mornos.

Uma Harley que gosta de curvas

Claro que a maior expectativa sobre a LiveWire era sobre seu motor por quebrar um paradigma centenário da marca, mas ela vem para romper com outro estigma. É de conhecimento geral que as motos Harley-Davidson não são tão ágeis em curvas.

Isso tem a ver com o peso, que em certos modelos convencionais passa dos 300 kg, e o próprio estilo da marca, focado em motos grandonas, dos segmentos custom e touring.

Mais compacta, a LiveWire é uma verdadeira naked - como são conhecidas motos esportivas, e sem carenagens. Ela é capaz de fazer curvas como nenhuma outra Harley, além de ser a mais ágil da marca também.

Mas ainda é uma moto pesada: são 249 kg. Uma Honda CB 1000R, por exemplo, que é uma naked tradicional movida a combustível, tem 199 kg. As motos elétricas ainda têm muito a evoluir neste sentido, principalmente por causa das baterias, que são extremamente pesadas. Mesmo assim, a LiveWire é mais leve que a Harley Sportster 883, por exemplo, que tem 256 kg e é a moto de entrada da montadora no Brasil.

Na dianteira, possui suspensão do tipo invertida "Big Piston Fork", enquanto a traseira conta com monoamortecedor - ambos da marca Showa e com múltiplas regulagens.



Freio motor ajuda na pilotagem

Com a aceleração brutal durante o trajeto e todo este peso, parar a LiveWire poderia ser preocupante. O modelo conta com freios ABS, com atuação em curvas, e dois discos de 300 mm, na dianteira, e disco de 260 mm, na traseira. Mas o que faz grande diferença é o freio motor.

Em muitas ocasiões, nem é preciso beliscar os freios antes das curvas, porque o trabalho de reduzir a velocidade é feito ao tirar a mão do acelerador. Além de tornar a pilotagem mais segura, o recurso ajuda na regeneração da bateria. A aceleração contundente, somada à desaceleração do freio motor e à estabilidade da moto, faz você se sentir como se estivesse nos trilhos de uma montanha-russa, mas extremamente controlada.

Com a ajuda dos modos de pilotagem, que são 7 no total, a experiência ainda pode mudar. Além de alterar o impacto da aceleração, os "mapas eletrônicos" modificam o funcionamento do ABS, controle de tração e até do freio-motor.

O quanto roda com uma carga?

De acordo com a montadora, a moto é capaz de rodar até 235 quilômetros com uma carga completa da bateria em percursos urbanos. Em uso misto, com ciclos urbanos e na estrada, são cerca de 152 km. 

Esse foi um problema resolvido em relação ao protótipo, que tinha autonomia de apenas 85 km. Mesmo assim, ainda não dá para fazer longas viagens com segurança de que a carga vai durar.

A bateria leva 40 minutos para carregar 80% e 1 hora para chegar aos 100%, no sistema de recarga rápida. Em uma tomada convencional, o conjunto de baterias leva 12,5 horas para completar a carga.

A entrada do carregador na LiveWire é do "tipo 2", considerada a mais comum para carros elétricos, o que deve facilitar a operação. Ela é a mesma do Chevrolet Bolt, por exemplo.


 

 

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